Ah, Woz. O jeito meio fanfarrão e sem papas na língua do cofundador da Apple pode não agradar todo mundo, mas uma coisa é certa — quando ele fala, é importante ouvi-lo, nem que seja para discordar dele. Sua estatura tecnológica, afinal, é inegável. Em uma entrevista recente à Bloomberg, o cofundador da Apple falou sobre alguns assuntos que têm girado em torno da empresa em tempos recentes, como o poder quase imensurável (para não dizer monopolístico) das grandes empresas de tecnologia e a influência do setor de serviços na empresa. Big Tech Sobre o possível monopólio que está se formando entre as cinco principais empresas de tecnologia americanas (Apple, Amazon, Google, Microsoft e Facebook), Woz declarou-se veementemente contra práticas de monopólio. Segundo ele, as gigantes podem “se safar” de muitas coisas simplesmente por seu poder, o que não deveria acontecer — e, até por isso, ele também é um defensor da divisão das companhias em empresas menores. No caso da Apple — que Woz classifica como a melhor das gigantes simplesmente por “se importar com seus usuários” —, o inventor afirmou que a divisão em empresas menores seria benéfica para o pensamento criativo. Eu queria que a Apple tivesse se dividido muito tempo atrás, colocando operações independentes em locais bem distantes para que cada equipe pensasse independentemente, da forma que a HP fez na época em que eu trabalhava lá. Mas essa é só a minha opinião — eu não sou um daqueles que diz que só há um conjunto de fatos que a torna correta. Outras pessoas podem chegar a outras conclusões. Mas eu acho que a big tech ficou grande demais; é uma força poderosa demais em nossas vidas, e tirou nosso poder de escolha. Definindo-se como um defensor de mais competitividade, Woz afirmou que a divisão das empresas favorece que novas ideias surjam com mais facilidade, o que seria benéfico para os consumidores — que, segundo ele, deveriam ser a prioridade absoluta sempre: “eu sempre estou do lado do consumidor, e não do produtor”, segundo o engenheiro. Serviços Woz falou também sobre a guinada da Apple em direção ao setor de serviços, classificando a movimentação como positiva e necessária para que a Maçã sobreviva obedecendo às demandas do mercado. Eu tenho muito orgulho da Apple como empresa porque nós sempre fomos capazes de realizar transições. Nós começamos com o nome Apple Computer, e conforme fomos entrando nas categorias de produtos que tinham natureza mais pessoal, tiramos o “Computer” do nosso nome. Ser flexível e capaz de mudar de acordo com as demandas do mercado é muito importante para qualquer empresa moderna que queira perseverar. O inventor também compartilhou algumas palavras sobre o Apple Card, afirmando que o cartão de crédito físico do serviço é totalmente condizente com a linguagem e o visual da Maçã. Segundo Woz, trata-se do cartão “mais bonito” que ele já teve — e o fato dele não ter números ajuda bastante. Apple Watch O engenheiro afirmou, ainda, que o relógio da Apple é, hoje, sua peça de hardware favorita no mundo, além de contribuir para que ele não aja como um “viciado” em smartphones: Eu vou do meu computador para o Apple Watch, e quase sempre esqueço o telefone. Eu não quero ser uma daquelas pessoas que quer ser viciada […] então eu não uso o telefone para a maioria das coisas, exceto talvez assuntos urgentes. Apesar disso, Woz disse que não usa muito a plataforma de Saúde do Apple Watch — ele reconhece a importância do recurso e o fato de que há milhões de pessoas no mundo usando-o e se beneficiando dele. Só não é a sua praia, mesmo. A entrevista completa (em inglês) pode ser assistida no site da Bloomberg. Fonte: macmagazine via IMORE; IMAGEM: MARK REINSTEIN / SHUTTERSTOCK.COM Compartilhe isso:TweetWhatsAppTelegramMaisImprimirCompartilhar no TumblrCurtir isso:Curtir Carregando...